Acho que todo mundo tem uma pontada de curiosidade sobre o futuro, não é?
Eu sempre tive, desde novinha já joguei cartas de baralho cigano, tarô, leitura de mão no Brasil, na Espanha… Fui enrolada muitas vezes, tenho certeza.
Independente de religião, eu acredito em Deus, acredito em destino (e que ele pode ser mudado) e acredito em energias.

Mas quando eu estava perto de me separar, me sentia muito frustrada com a sensação de que meu casamento estava afundando, tinha medo do caminho à frente. Foi então que uma amiga comentou que iria em uma consulta com uma taróloga e perguntou se eu queria ir. Na mesma hora eu disse que sim!
Eu pensei comigo mesma que meu caminho já estava decidido, eu iria lá, ouviria o que ela tinha a dizer e se fosse bom eu internalizava, se não, eu descartaria. Tolinha…

Chegando lá, era um apartamento de 2 quartos pequeno em Copacabana, enquanto ela consultava minha amiga, eu esperei em um quarto de criança sentada, meio tensa.
Quando chegou a minha vez entrei em uma salinha bem pequena. Tinham algumas imagens em volta, não lembro bem, acho que estava nervosa, não registrei muita coisa, mas lembro que tinha muita informação visual.

Ela pegou minhas mãos e fez uma oração. Eu me senti bem.
A primeira coisa que ela mencionou foi que estava vendo uma casa com pé de carambola. Perguntou se fazia sentido para mim e fez! A casa da minha avó tinha um pé de carambola e minha infância foi brincando naquele quintal. Ela disse que quando eu me sentisse sozinha ou tensa, para eu mentalizar aquela casa, como meu porto-seguro emocional.

Ok, quebrou minha resistência, vamos às cartas.
Eu embaralhei e abri o jogo. Ela olhou meus campos de saúde, família, amor e trabalho. Confesso que minha memória guardou dois tópicos, família e amor, o resto se perdeu no infinito da minha mente.
Sobre o amor ela perguntou primeiro como eu estava nesse campo, eu disse que estava me separando. Sua resposta foi: “Isso não deveria estar acontecendo”.
Eu gelei.

Ela seguiu dizendo que provavelmente a gente só iria dar um tempo e acabaria voltando, porque a nossa separação não fazia parte da programação divina.
Minha mente girou em espirais.
Eu saí de lá meio zonza e só conseguia pensar, se é para voltar depois, porque passar por todo o transtorno de uma separação?

Então o que já estava decidido na minha mente e com o meu marido voltou a ser uma grande interrogação. E então eu resolvi que a gente precisava tentar mais um pouco. Foram conversas infrutíferas depois disso, tentativas frustradas de reconectar e mesmo depois de separada e já morando sozinha, ainda tentei mais um pouco.

Mas simplesmente não dava mais.
Aos poucos a certeza de que eu tinha feito todo o meu possível voltou e que eu precisava me reconectar era comigo mesma e assim eu fiz. Depois disso minha vida melhorou bastante.

Percebi o quanto eu me deixei influenciar pelas cartas de tarot, mas na verdade o que importava mesmo era a minha intuição, o meu processo de tomada de decisão.
Se eu volto um dia em uma taróloga? Não posso prometer que sim ou que não; mas por enquanto, vou ficar com a minha consciência que poucas vezes me deixou na mão.

bjk

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Lanna.London
Author

Lanna Schmitz Em algum lugar da faixa dos 30, escorpiana, viajante, carente e eterna mutante.

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