Sabe aquelas pessoas que nasceram para uma profissão?

Aquele menino talentoso que toca piano lindamente desde criança. Ou aquele adolescente que desenha prédios nos cadernos da escola. E aquela moça que só quer passar no vestibular para medicina, mais nada.

Como eu queria ter sido uma dessas pessoas… mas não fui.

Eu era boa em ciências, em matemática, em português, em história, em geografia, em biologia, em química, em física. Aí você pode pensar “que ótimo, era boa em tudo! Pode fazer o que quiser!”.

Pode até ser ótimo, escola nunca foi uma questão pra mim além de eu ter que bater meus próprios recordes. Mas e o resto da vida?

Sou boa em matemática, mas não fera de saber integrar e derivar no primeiro ano do ensino médio (ou melhor, não sei até hoje).

Eu até sei copiar um desenho de outro só olhando, mas tenho uma dificuldade absurda de criar algo no papel do zero.

Sou boa em informática, mas nunca fui hacker de decifrar todos os códigos.

Sou boa em História, mas nunca tive paciência de argumentar com quem pensa diferente.

Sou boa em biologia, mas não posso ver sangue.

E aí? O que fazer quando não se tem talento pra nada?

Aos 16 eu prestei vestibular para: Engenharia da Informação, Engenharia da Computação, História, Direito e Arquivologia.

Escolhi Direito. Por quê? Sinceramente? Porque foi o primeiro resultado que apareceu. Dia 4 de janeiro de 2001, eu e minha mãe estávamos tão feliz que eu tinha passado para a UFRJ que eu nem me perguntei se era isso que eu queria fazer da vida.

Como boa escorpiana, me joguei!

Anos depois achei que não era mais pra mim.

Estudei ainda História, administração, artes, artes cênicas, cenografia, design floral, interiores e agora estou na Arquitetura.

Fotos:  @fotografiadanicastro Make:  @shisee_makeup

Por isso que minha resposta à pergunta sobre o que fazer na vida quando não se tem um talento nato é: explorar. Eu continuo explorando. Espero ter me achado, mas quem sabe se será definitivo?

E já tive várias crises existenciais por não saber o caminho certo a seguir. Meu ex-marido ficava louco comigo porque eu vivia mudando. Meu pai não vai me perdoar nunca por eu desistir de ser juíza.

Mas a vida é isso, explorar!

Nós devemos buscar o que nos faz feliz e se aquilo não te faz feliz, por que não mudar?

Mas não sejamos radicais. Não estou aqui falando que devemos pedir demissão e virarmos viajantes profissionais da noite para o dia. Planeje, tenha certeza de que aquela fase anterior já se encerrou e que o momento de tristeza com sua profissão não é só uma fase. Permita-se experimentar outras coisas, como cursos, experiências, estágios…

Monte um plano B, porque infelizmente nem sempre as coisas acontecem só porque a gente quer muito aquilo, às vezes dão errado sim! E temos que saber lidar com isso.

Então, sonhe, planeje e execute com segurança. Mas busque sempre o que te faz uma pessoa melhor de dentro para fora!

Site: www.Lanna.London

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Lanna.London
Author

Lanna Schmitz Em algum lugar da faixa dos 30, escorpiana, viajante, carente e eterna mutante.

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