Outro dia ouvi um podcast falando sobre esse assunto e comecei a pensar no quanto nos deixamos sair do foco da nossa própria meta de vida com a desculpa de quem precisamos ou merecemos um “carinho” extra.

Semana passada eu tive a notícia de que terei que fazer uma cirurgia; nada demais, será bem simples. Mas, por mais que seja simples e de baixíssimo risco, é sempre uma cirurgia. Confesso que deu uma coisinha aqui dentro de nervoso.

Cheguei em casa e pensei, estou nervosa, mereço um chocolate.

Ou seja, auto sabotagem, né?

Posso muito bem me permitir comer um chocolate eventualmente, eu não sou radical, pelo menos uma vez por semana eu como. O problema aqui não é esse.

A questão é que eu comi o chocolate como forma de compensação de uma frustração e não por uma decisão de que eu vou comer e me dar esse prazer.

Isso se chama mindset. É como direcionamos nossa mente. E nesse momento, minha mente estava na direção errada.

Podia parecer que eu estava me cuidando, cuidando de aliviar um nervosismo, mas na verdade eu mal senti o gosto do chocolate, não aproveitei o prazer da comida, tratei mal meu corpo e minha mente. Tudo isso porque meu mindset estava completamente mal direcionado.

Então, temos que cuidar para que esses gestos de indulgência conosco mesmos não se transformem em sabotagem do nosso processo e desvio dos nossos focos.

Na minha concepção atual, autocuidado é essencial, é carinho e respeito com o corpo que habito e paz para minha mente.

Isso não significa fazer dieta para emagrecer, meditação porque está na moda ou malhar para ficar sarada. Pelo menos, não para mim. Se esse é o seu objetivo, vai fundo!

Claro que eu quero ficar sarada, na moda e magra! Haha

Só que o que eu tenho aprendido ao longo desses últimos anos é que temos que fazer escolhas que nossa façam bem. Comidas mais saudáveis (e eu tenho problemas com isso porque eu sou difícil para comer), menos industrializados, congelados e embutidos porque os conservantes não são benéficos.

Consumo consciente também é ótimo! Aprender a reutilizar e a criar novos looks com o que já temos no guarda-roupa, comprar menos e melhor (desafio diário, confesso).

Eu quero um corpo que possa me permitir explorar mais sensações e momentos de prazer, então eu busco que ele seja forte e flexível com as minhas atividades físicas, ao mesmo tempo que tenho que gostar da atividade.

Há um ano atrás voltei a fazer aula de tecido acrobático. Eu já tinha feito antes e tinha gostado, mas acabei parando pouco tempo depois por conta de trabalho. Então decidi voltar, tem um espaço bem legal perto da minha casa, então eu me inscrevi. As aulas eram boas, mas o horário era toda quarta-feira às 14h. Eu tinha a disponibilidade de estar livre nesse horário, mas comecei a perceber que eu sofria desde de manhã para ir. Eu começava a pensar que era o dia de ir de tarde para a aula. E que eu tinha que almoçar cedo pra não ficar pesada ou passar mal. Que eu estava com sono e preferia ficar em casa. Era uma lamentação só!

Claro que quando eu chegava lá eu gostava, mas não tem que ser assim! Não tenho que sofrer por conta de uma atividade que deveria ser libertadora! Aqui era auto sabotagem ao invés de autocuidado.

Decidi parar porque os benefícios não eram o suficiente para suplantar o meu sofrimento.

Isso para mim também é autocuidado, é perceber o que incomoda e mudar isso.

Eu poderia tentar outro horário também, mas acabei realmente parando e buscando outra atividade que fosse mais envolvente para aquele meu momento de vida. Acabei entrando na Acroyoga, como eu já contei em outro post, e essa foto é bem recente, porque no espaço em que eu faço acro tem tecido e eu aproveito para me divertir de vez em quando antes das aulas.

Ainda estou em processo, não sou perfeita, não faço todas as escolhas como eu gostaria, ainda sofro quando dou minhas escorregadas, mas é importante termos essa consciência de quando estamos só empurrando os problemas para frente e quando estamos realmente decidindo em benefício próprio.

O conselho de quem está vivendo este processo é: busque sua meta e questione se sua atitude condiz com esse objetivo ou não. Honre suas escolhas, honre seu corpo e sua mente.

 

bjk

@lanna_schmitz

Lanna.London
Author

Lanna Schmitz Em algum lugar da faixa dos 30, escorpiana, viajante, carente e eterna mutante.

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